O que posso dizer sobre Orgulho e Preconceito que já não foi dito? O livro é, desde sua publicação, um dos mais lidos do mundo ocidental. E se considerarmos histórias escritas por mulheres e sobre mulheres quantas histórias podemos fazer essa afirmação? Sinceramente, a Jane Austen foi praticamente uma feminista do século XIX. Eu sei que tudo sempre termina em casamento e que todos os maridos são inacreditavelmente ricos, mas isso é irrelevante. Pegue Orgulho e Preconceito e tire o final feliz e veja o que sobra:
– Comentários sociais a respeito da educação e dos direitos das mulheres na Inglaterra na época da Regência Georgiana. Mulheres altamente educadas que não tinham acesso a Universidades ou a heranças;
– Personagens femininos que dentro de sua condição de ‘meras mulheres’ eram forçadas a se casar para obter algum tipo de estabilidade familiar;
– Personagens fortes com opiniões próprias e;
– Adolescentes com tesão (ou, como são conhecidas no livro: Lydia e Kitty Bennet)
Agora me diz, que sucesso de vendas publicado nos últimos 5 anos e escrito por mulheres discute todos esses temas? Talvez ‘How should a person be?’ da Sheila Heti, que ainda nem foi publicado no Brasil. Mas isso é uma digressão.
O livro, de 1813, conta a trajetória de Elizabeth Bennet, que vive com suas quatro irmãs em uma cidade do interior. Todas precisam se casar, pois não tem direitos de propriedade sobre a casa onde vivem e assim que seu pai falecer a propriedade será transferida ao parente homem mais próximo. O elusivo Mr. Collins. É quando chega a notícia que os Bingley alugaram uma casa disponível e com ele, vem outro jovem, o Sr. Darcy. Logo de cara, a aguda inteligência de Elizabeth choca-se com o caráter estrito do Sr. Darcy e a história se desenrola deliciosamente a partir desse mote.
Existem diversas adaptações da história, tanto no teatro, como diferentes versões para a literatura, mas o que importa aqui são as versões para o cinema. E uma rápida pesquisa a minha memória cinematográfica me informou que existem ao menos cinco versões da história para o cinema, várias versões para a TV e uma adaptação para websérie.
Os cinco filmes são todos impressionantes em pelo menos um aspecto.
A versão de 1940 teve o roteiro escrito por Aldous Huxley, o autor de ‘Admirável Mundo Novo’.
A adaptação de 1995 foi feita para a TV e tem o Colin Firth como o Mr. Darcy mais perfeito de todos os tempos.
O filme de 2003 é tão ruim que chega até a ser engraçado em sua tentativa de trazer a história para os dias de hoje.
A versão de Bollywood (2003) também traz a história para os dias de hoje e é tão exagerada quanto qualquer outro filme da Índia e vale todos os minutos da trama.
Não podemos esquecer da versão de 2005 com a Keira Knightley, que todas as mulheres da minha geração assistiram, mesmo que elas não admitam.
E para finalizar temos a versão de websérie, que traz a história para o formato de videoblog, que é o meu mais novo vício.
Como vocês podem ver, existem muitas adaptações diferentes então, escolha uma e passe um tempo com Jane Austen. Eu recomendo.
2 novembro, 2012 at 7:02 PM
[…] o blog cineola estava a pleno vapor uma das colaboradoras, a Isabel, fez um post maravilhoso sobre Orgulho e Preconceito. Falava sobre as adaptações diversas, com direito a uma […]